Autor: Romeu Bornelli
Áudio
INTRODUÇÃO
Pai nós pedimos nesta noite que o Senhor pela tua provisão, graça, que o Senhor nos dê mais um tempo em torno do Senhor, da Tua palavra capacitando-nos a ouvir-te com clareza, desimpedindo o nosso espírito, o nosso entendimento para que possamos receber e conhecer as coisas celestiais. Que a Tua palavra seja por Ti mesmo, aberta aos nossos corações. Senhor, nós carecemos do Teu Espírito Santo nos dando sabedoria, revelação no pleno conhecimento de Ti mesmo. Tendo os olhos do nosso coração iluminados para sabermos qual é a esperança do nosso chamamento, qual é a riqueza da Tua glória, da Tua herança nos santos. Desejamos Senhor, te pedimos que possa usar a Tua palavra nesta hora, através do Teu Espírito e produzir fé, entendimento em nossos corações, unindo-nos mais a Ti, transformando-nos na Tua própria imagem, salvando-nos de nós mesmos, consumando esta Tua obra, que o Senhor já iniciou em nós e que há de ser completada até o dia de Cristo. Nós repousamos na Tua fidelidade e não em nossa capacidade. Pedimos que o Senhor tome nossas vidas neste momento nos colocando assentados aos Teus pés, cobre-nos com o precioso sangue do Teu filho. Nós te pedimos, em nome de Jesus, amém.
Irmãos, nós iniciamos na última mensagem, algumas proposições a respeito da Trindade. Eu gostaria de prosseguir hoje, terminar essa parte e compartilhar algumas implicações práticas a respeito da doutrina da Trindade. Nós temos dito que a doutrina da Trindade, assim como qualquer outra doutrina bíblica tem um fator especial porque ela toca diretamente na existência do próprio Deus, ela é o fundamento e base de todas as outras doutrinas. A nossa visão a respeito de Deus, como sendo um Deus único, e que apesar de único, subsiste em três pessoas, que são definidas, singulares, individuais, mas não separadas. Então, a doutrina da Trindade, coloca um fundamento para todas as outras doutrinas. Agora, como nós temos dito, não apenas essa doutrina da Trindade, mas, todas as outras doutrinas têm implicações práticas, muito práticas. Eu gostaria de, no final, examinar pelo menos três destas implicações da doutrina da Trindade: a implicação da unidade, a implicação do serviço. E eu creio que nós iremos traduzir através de outros textos bíblicos de uma forma prática esta doutrina, já que, por enquanto, nós temos caminhado mais à nível de visão, para que, pela palavra de Deus, pela revelação das Escrituras, nós, possamos conhecer, embora não propriamente entender, como temos dito, porque realmente, extrapola nosso entendimento, mas que nós possamos conhecer (como o apóstolo Paulo diz em I Coríntios), conhecer aquelas coisas que Deus pelo seu Espírito nos revela: porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus (I Co 2:10). Nós podemos conhecer, vivenciar, experimentar, adorar, mesmo tendo uma capacidade limitada de entendimento. Nós podemos conhecer que Deus é assim, é este Ser. Isto leva os nossos corações à temor, reverência, adoração, confiança, segurança, além de outras coisas mais. E estas coisas são profundamente práticas, não são teóricas. Todas elas, a confiança, a adoração, a entrega, o serviço, todos eles são práticos. São resultados de uma visão clara de Deus, do Ser de Deus. Eu gostaria de terminar com os irmãos, hoje, para depois entrarmos nestas implicações.
Nós falamos na reunião passada sobre esses dois primeiros tópicos a respeito da Trindade Santa: Que há no ser de Deus apenas uma essência indivisível (este foi o primeiro tópico que nós estudamos). Há no ser de Deus apenas uma essência indivisível. Nós vimos aqueles dois termos ousia e essentia, o que eles significam, eles falam da natureza constitucional, nós podemos dizer que Deus é o que é, porque a sua natureza constitucional é uma, nada pode ser adicionado a Ele. Ele não pode ser aperfeiçoado, porque já é perfeito. Ele não pode ser degenerado, porque não sofre variação. Deus não pode melhorar e nem piorar. Ele é perfeito e completo, a sua natureza é indivisível. Depois vimos, no segundo tópico (ele coloca a coisa exatamente do outro lado, que o primeiro) que embora, nosso Deus, o Deus da Bíblia, o Deus revelado pelas Escrituras, seja um Deus único (Ouve, oh Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor), Ele é único não apenas no sentido de ser "Uno" ou não dividido, mas Ele é único no sentido de ser singular. Deus não apenas possui unidade, mas Deus também possui unicidade. Ele não é apenas "Uno", mas Ele é único. Deus tem unidade (primeiro tópico que nós vimos) há no Ser Divino apenas uma essência. Deus é um, unidade, mas Deus também é único, unicidade. E aquele texto de Deuteronômio 6:4 que é ainda, um dos textos fundamentais para a religião judaica quando Jeová se revela dessa forma: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, é o único Senhor. A unidade e a unicidade de Deus. Mas, este Deus, por outro lado, é um Deus que subsiste em três pessoas, três pessoas que podem ser chamadas de indivíduos, já que são singulares, mas, quando usamos estas palavras olhando para o Deus Triúno e não para nós, quando nós falamos indivíduos nos referindo às pessoas da Trindade, nós não estamos usando esta palavra indivíduos no mesmo sentido em que ela é usada na experiência humana, nós já falamos sobre isso, isto é importante! Indivíduos (na experiência humana) são pessoas nas quais a natureza humana é singularizada e isto torna aquele indivíduo uma pessoa separada, a natureza humana naquela pessoa é individualizada. Então, nós temos uma parte da natureza humana no nosso irmão Edmilson, uma parte da natureza humana no nosso irmão Roberto, uma parte da natureza humana em mim, partes da natureza humana, nenhum de nós possui toda a natureza humana, mas em Deus, isto não é assim. Cada indivíduo (o Pai, o Filho, o Espírito Santo) possui toda a essência. Cada indivíduo possui toda a essência de Deus. Então, cada indivíduo é Deus e não um terço de Deus, esta é outra questão importante que nós também já colocamos para os irmãos, este único ser Divino, subsiste em três pessoas.
Nós estudamos Hebreus 1:3 (o texto está ali, mostrando quão importante é este versículo, importante e maravilhoso, dizendo que Deus, se referindo ao Senhor Jesus): Ele, que é o resplendor da Glória... Ele (Jesus) é o resplendor da Glória. Nele, Jesus, o Filho, toda a glória do Deus único é vista. Por quê? Porque toda a essência da divindade está em cada uma das pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), só que no Filho é que toda a essência da natureza divina se manifesta. Isto é o que a Bíblia chama de Glória. A natureza divina, a Glória de Deus, se manifesta no Filho, por isso é que Ele é chamado de O Verbo. Na próxima reunião nós vamos estudar toda a mensagem sobre O Verbo, o Logus de Deus, como sendo este Representante. Esse que é a imagem do Deus invisível, esse que expressa, nele mesmo, toda a glória de Deus. Ele é o veículo de expressão da glória, é por isto que o capítulo 1:3 de Hebreus diz assim: Ele, que é o resplendor da glória... A glória do Pai, a glória do Espírito Santo, é toda expressa (é uma só glória) na pessoa do Verbo, do Filho. O Filho é a expressão, é por isso que são usados tantos versículos neste sentido. Em Colossenses 1: 15 nós lemos também (Ele, está se referindo a Jesus): Este é a imagem do Deus invisível... Deus é invisível, Ele, o Verbo, o Logus, Cristo, o Filho, a segunda Pessoa da divindade, Ele é a imagem do Deus invisível, Deus é visto Nele. Nós não vemos o Pai, vemos o Espírito e vemos o Filho. Nós vemos o Filho e no Filho vemos o Pai, vemos o Espírito. Ele é a imagem do Deus invisível. Colossenses 2: 9 diz: Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Ele disse quando encarnado: Quem me vê a mim, vê o Pai (João 14: 9). Ele disse: Eu e o Pai somos um (João 10: 30).
Tudo isto irmãos, são implicações desse segundo aspecto que nós vimos aqui: Este único Ser Divino subsiste em três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito. O termo Pessoa, quando aplicado ao Deus Triúno, não significa um indivíduo distinto e separado. Distinto sim, mas separado não, o Pai é o Pai, o Filho é o Filho e o Espírito é o Espírito, mas os três são um, não são separados. Quando um age, todos agem, quando um não age, ninguém age. Na criação, nós temos o Deus Triúno agindo. Na redenção, nós temos o Deus Triúno agindo. Na habitação do Espírito Santo, nós temos o Deus Triúno agindo. Eu queria ler um texto com os irmãos, sobre isto. Abram em João 14 (vejam que interessante), os Capítulos 14 e 16 de João são os que mais falam sobre esta relação única do Pai com o Filho e o Espírito, também, é mencionado aqui muitas vezes. João 14 e João 16 são dois capítulos muito importantes dentro da doutrina da Trindade (o Pai, o Filho e o Consolador, o Espírito Santo). Olha o que é dito a partir do versículo 16 (vamos ler com bastante atenção) João 14: 16: E eu (quem está falando aqui? O Filho, a segunda pessoa da Trindade, encarnada, o Verbo que se fez carne, Jesus) rogarei ao Pai (já tem outro aqui, Pai, a primeira pessoa da Trindade) e Ele vos dará outro Consolador (a terceira pessoa da Trindade, em um versículo os irmãos estão vendo o Deus Triúno). E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, (presta atenção aqui, nesta frase agora) voltarei para vós outros. João 14: 16-18.
Irmãos, eu penso que se nós quisermos ser, se nós tivermos que ser bem coerentes, com a mensagem do capítulo 14 de João, nós, teremos que interpretá-la à luz do contexto, então, se os irmãos olharem os primeiros versículos do capítulo 14, vão ver quando Jesus fala assim (João 14: 2): Na casa de meu Pai há muitas moradas, se assim não fora, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também (João 14:2-3). Eu creio que o contexto nos permite dizer que os versículos 2 e 3 se referem à segunda vinda, a segunda vinda pessoal de Jesus. Eu irei para o Pai, eu vos prepararei lugar. Ele está falando do estabelecimento da igreja, a igreja como seu próprio corpo, corpo de Cristo, uma família de filhos, para Deus. Eu vos preparei lugar, e voltarei, e vos recebereis para mim. Ele está falando da segunda vinda, segunda vinda visível, pessoal, a parúsia, como é chamada. A presença pessoal de Jesus conosco, com seus santos, com aqueles que Ele escolheu, é uma coisa. Agora, o versículo 18, é outra coisa, Ele está dizendo: não vos deixarei órfãos. Ele está se referindo a eles, os discípulos: não vos deixarei órfãos. As palavras dos versículos 2 e 3, tem uma aplicação universal, é a volta do Senhor para os seus santos, agora, o versículo 18, é uma palavra específica para aqueles discípulos, Ele está dizendo: Eu não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis. (Ele ressuscitou e se mostrou aos discípulos, não é verdade?). Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a Ele. Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós, e não ao mundo? Respondeu Jesus: Se alguém me ama, (preste atenção neste verso) guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, (eu, o meu Pai - dois - meu Pai o amará) e viremos (plural) para ele e faremos nele morada (João 14: 18-23). Está vendo como a mensagem é clara? Muito clara. Eu vos darei outro Consolador, versículo 16, quem é esse Consolador? O Espírito da Verdade, é o Espírito Santo, é a terceira pessoa da Trindade. O que significará na nossa experiência, a terceira pessoa da Trindade habitando em nós? O que significará? Significará que nós teremos um terço de Deus em nós? O versículo 23 diz assim: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Está muito claro. Mais claro, é impossível. O Consolador que seria dado seria para eles (os discípulos) a presença do Pai, do Filho, neles, no Espírito Santo. Então, no Espírito Santo, eles têm o Pai, e eles têm o Filho. Por quê? Por causa da implicação dessa colocação: A essência, esse único Ser Divino, não pode ser dividido. Então, a habitação do Espírito Santo é a habitação do Deus Triúno, na pessoa do Espírito Santo. Os irmãos vejam a glória dessa implicação, nós somos habitados por Deus e não por uma parte de Deus, nós somos habitados por Deus, na pessoa do Espírito Santo. Nós não estamos dizendo que toda a divindade habita em nós, não, é claro! Nós não temos capacidade para isto. Nós estamos dizendo que Deus habita em nós e isto para nós é plenitude, e isto para nós é absolutamente completo e perfeito para nós em nossa experiência, mas não é toda a plenitude de Deus em nós. Mas, é Deus plenamente, não é toda a plenitude, porque toda a plenitude de Deus habita somente em Cristo. Nenhum de nós tem toda a plenitude de Deus, mas para nós é pleno, nós não temos uma parcela, porque Deus habita em nós, mas Ele habita também em todo o universo, Ele é imenso! Mas, nós não temos uma partícula de Deus, essa é a implicação impressionante. Nós temos Deus, Deus em nós, o Deus Triúno. Nem ao menos um terço de Deus, a pessoa do Espírito Santo, nós temos Deus em nós. Em nenhum sentido nós temos um fragmento de Deus, porque o Ser de Deus não é dividido. Este é o mistério da Trindade, um único Deus, três pessoas. O texto de João 14 deixa isto colocado de uma forma tão linda: Meu pai amará os meus discípulos e nós viremos para eles e faremos neles morada, na pessoa do Consolador (texto parafraseado).
Nós colocamos anteriormente, aquelas duas palavras para os irmãos: caracter e hipóstases. São palavras gregas, originais, do texto de Hebreus. Jesus dizendo que Ele é esse caracter. Nele é que se expressa a subsistência do Pai. O Deus Triúno subsiste em três pessoas. O Pai é uma subsistência ou uma pessoa, o Filho é outra, o Espírito é outra. Ele, o Filho é o caracter. Nós, também usamos a figura, o símbolo, daquela letrazinha da máquina de escrever. Jesus é a expressão, Ele é o caracter da subsistência do Pai, o Pai não é visto. O Pai é visto no Filho. O Filho é o caracter, Ele é a imagem do Deus invisível (Paulo fala em Colossenses). Então, as implicações são imensas! Na próxima reunião veremos mais sobre isto, o Logus, o Verbo. Por enquanto estamos ainda vendo a visão geral.
A terceira implicação, o terceiro aspecto (foi aí que nós paramos, na reunião passada): Toda esta indivisível essência de Deus pertence igualmente a cada uma das pessoas.
De certa forma já falamos sobre isto, é difícil falar sobre um ponto sem entrar no outro porque as duas coisas estão juntas, os aspectos todos estão juntos. Toda essa essência única de Deus, indivisível, pertence igualmente a cada uma das pessoas. É diferente na nossa experiência humana, por isso que extrapola o nosso entendimento racional. Vou te ajudar a raciocinar, a pensar comigo. Imagine o tamanho de um ser humano. Se uma pessoa humana pudesse conter, nela mesma, toda a natureza humana, imagine, numa única pessoa, teríamos a genialidade de um Mozart, para a música, a genialidade de um Michelangelo, para as artes, a genialidade da física, de um Newton, tudo isto, numa única pessoa. Todos os gênios do mundo, numa única pessoa! Seria um homem impressionante, não é verdade? Irmãos, e se existisse esse homem, ele não existe, mas se existisse esse homem, ele seria infinitamente menor do que Deus é claro! Porque ele ainda seria uma criatura. Então, o que nós temos no Deus Triúno? No Deus Triúno nós temos toda a essência de Deus, completamente, em cada pessoa.
Nós voltamos naquela colocação que fizemos anteriormente quando falamos sobre o Deus Triúno que subsiste em três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito. Nós não estamos pregando um triteísmo (três deuses), cada um tem uma parcela e de toda a essência cada um tem um terço, não é isto! De toda a essência cada um tem tudo. De toda a essência cada um deles tem tudo, porque a essência de Deus é indivisível. Isto é o que torna o ser de Deus este ser tão imenso e glorioso! O Espírito Santo, Ele é Deus, Ele testifica a respeito da segunda Pessoa, que é o Verbo, o ministério dele é este. Fazendo isto, Ele glorifica o Pai porque o coração do Pai, sendo Deus, é glorificar o Filho que também é Deus. Então, o Espírito Santo, no seu ministério, glorifica o Filho. É isso que está escrito aqui em João 14, Jesus disse assim: Ele, o Consolador, vai receber do que é meu. Ele não vai ter uma mensagem própria, Ele vai receber do que é meu e vai anunciar para vocês, Ele vai me glorificar (texto parafraseado). Não foi o que Jesus falou? Ele me glorificará. E quando o Espírito Santo glorifica o Filho, Ele está glorificando o Pai porque o Pai glorifica o Filho, a glória do Pai é expressa no Filho. É assim que o Deus Triúno funciona. Este é o modo de vida do Deus Triúno: o Pai glorifica o Filho e o Filho vive para o Pai, o Espírito revela a glória do Filho e assim revela a beleza do Pai. O Deus Triúno funciona assim. É o que é chamado de inter habitação. Eles habitam um no outro. Eles fluem um em direção ao outro.
Irmãos, esta é a visão bíblica a respeito de serviço, de amor. Quando a Bíblia diz assim: Deus é amor (I João 4:8b), ela está falando exatamente isso. Se nós pudéssemos usar palavras, apesar de limitadas, para apresentar esta idéia, nós diríamos assim: O Pai vive para o Filho e o Filho vive para o Pai na Trindade Santa. O Pai flui para o Filho e no fluir do Pai para o Filho, tem mais uma pessoa, que seria então, intermediária neste processo: o Pai flui para o Filho, por meio do Espírito, e o Filho flui para o Pai por meio do Espírito. A comunhão do Pai e do Filho é feita numa terceira Pessoa, no Espírito. O relacionamento da Trindade é assim: o Pai flui para o Filho, o Filho flui para o Pai (na terceira Pessoa) no Espírito. Por isto que o Espírito é chamado de Espírito da Comunhão. Nós temos uma palavra designativa para cada uma das pessoas da Trindade, Paulo fala isso em II Coríntios 13: 13 (nós já lemos aquele versículo), o amor de Deus, o Pai... O amor é o que caracteriza Deus o Pai. Não que as outras pessoas não tenham amor. Elas não podem ser divididas, já falamos, mas, Paulo coloca aquela palavra amor, ligada ao Pai. Ele coloca aquela palavra graça, ligada ao Filho, porque quem foi à cruz foi o Filho que é Deus, não foi o Pai, mas, quando o Filho estava na cruz, Deus estava na cruz, porque Deus estava em Cristo (Paulo diz em Coríntios) reconciliando consigo o mundo (II Cor 5: 19). Isto dá glória para a cruz. A palavra amor é associada ao Pai, a palavra graça é associada ao Filho, e a palavra comunhão é associada ao Espírito. Porque mesmo no Deus Triúno, o Espírito é o Espírito de Comunhão do Pai para o Filho, do Filho para o Pai, eles fluem um para o outro em uma Pessoa, o Espírito. Esta é a forma de existência do Deus Triúno, toda indivisível essência pertence igualmente a cada uma das pessoas, então, nós colocamos ali, algumas conseqüências, diferentemente da natureza humana, a natureza divina pode subsistir totalmente em mais de uma pessoa. A natureza divina subsiste totalmente em mais de uma pessoa, no Pai, no Filho e no Espírito. Toda a natureza divina em cada um, e não um terço em cada um.
Outra conseqüência: por ser, então, indivisível a essência de Deus, a natureza divina é idêntica nas três pessoas. Olhem outra conseqüência importante, irmãos, cheia de implicações! Eu disse na reunião passada, e vou repetir. Existem tantos grupos de cristãos, de irmãos nossos, que se reúnem e que tem uma ênfase no Espírito Santo, mas essa ênfase é distorcida. Porque a ênfase do Espírito Santo, não é nele mesmo. A ênfase do Espírito Santo é em Cristo. Então, onde abunda o Espírito Santo, Cristo é a ênfase. O ministério do Espírito Santo é cristocêntrico. É revelar mais a beleza de Cristo, a graça de Cristo, a cruz de Cristo, a Pessoa de Cristo, a obra de Cristo, a glória de Cristo, isto é toda a mensagem do Espírito Santo. A Igreja não é espiritocêntrica, a Igreja é cristocêntrica. E quando o Espírito realiza esta obra, Ele não está realizando uma obra parcial, Ele está realizando uma obra total, porque toda a glória de Deus brilha em Cristo. Ele não tem algo da glória de Cristo para mostrar, algo da glória dele para mostrar, algo da glória do Pai para mostrar, Ele só tem a glória de Cristo para mostrar. Porquanto, nele (em Cristo), habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade (Col. 2:9). Então, nós começamos a entender com mais clareza estas coisas e como isto nos livramos de enganos e distorções. Como irmãos, aparentemente de uma forma inicialmente sutil, grupos cristãos que começam a enfatizar a obra do Espírito Santo, terminam em misticismo freqüentemente? Porque Cristo deixa de ser o centro e o Espírito passa a ser o centro. Agora, se o Espírito é o centro, então, o que é que o Espírito tem para falar? O que o Espírito tem para fazer se não é Cristo? O que Ele tem para falar se não é Cristo? Facilmente nosso coração enganoso, pecaminoso, já tão complicado por natureza, já tão tendente a desvios e distorções e confusões, se desvia para o misticismo, culto de anjos. Paulo não exortou sobre isto aos Colossenses há dois mil anos atrás? E hoje a Igreja precisa ser exortada de novo, porque a Igreja tem dado ênfase a coisas "espirituais". Espírito daqui, Espírito de lá, o Espírito fala isso, o Espírito fala aquilo, profetiza daqui, profetiza de lá, guia daqui, guia de lá... Enquanto a revelação da centralidade de Cristo não está acontecendo. Isto é sutil, mas é muito perigoso. O ministério do Espírito é revelar a glória de Cristo porque Ele é uma Pessoa divina e a glória de Deus está em Cristo. Todo o ministério dele é revelar a Cristo. Jesus deixou isto muito claro: Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar (João 16: 14).
A segunda implicação que nós colocamos, é que essa natureza divina é idêntica nas três pessoas. Em João 10: 30, o Senhor Jesus disse isso: Eu sou um, o Pai é outro - Eu e o Pai somos um. Porque a natureza divina é indivisível e Jesus é Deus, então, eu e o Pai somos um. Então,10 quem me vê a mim vê o Pai Ele falou para Filipe: Filipe, eu não tenho um Pai para te mostrar. A única forma de você ver o Pai é me ver. Quem me vê a mim vê o Pai (textos parafraseados). Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (João 14:6). E não vão ao Pai porque Ele e o Pai são um. Ninguém vem ao Pai, o Pai está aqui. Ele estava dizendo para Filipe: quem vê a mim, vê o Pai, a glória do Pai está aqui. Ele disse assim: Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?(João 14: 10). Todas estas são então, implicações, deste terceiro aspecto, da doutrina da Trindade.
Ainda há um terceiro fato, neste terceiro aspecto: Não há subordinação de pessoas no Ser Divino. A Igreja, durante os primeiros séculos (mais de um século) caiu em erros grosseiros neste sentido. Um dos pais da Igreja chamado Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trindade. Este termo foi cunhado por ele, Trindade. Agora, mesmo ele e na época dele, Orígenes, um dos outros grandes "pais da igreja", pregavam uma subordinação quanto ao ser essencial, isto significa o seguinte: na Trindade Santa, na Trindade eterna, o Pai é maior que o Filho e o Filho, é maior, que o Espírito, há uma hierarquia, uma subordinação. Mas isto não é bíblico porque a natureza divina é idêntica nas três pessoas. Elas subsistem em três pessoas, mas não há subordinação de essência. Agora, porque eles falaram isso se é uma coisa assim tão grosseira diante da revelação bíblica? É porque existe outra questão relacionada a essa que possivelmente tenha levado estes irmãos a confusão. A Bíblia revela uma subordinação do Filho ao Pai, e do Espírito aos dois quanto às operações, mas não quanto ao ser essencial. Então, quando Deus age, vamos usar uma palavra simples pra gente tentar entender, nós podemos dizer assim: o Pai é quem arquiteta, tudo é concebido na mente do Pai. O Filho é quem leva aquilo à luz, é quem dá veículo, meio, forma, àquilo que o Pai planejou. E o Espírito Santo é quem realiza aquilo que o Filho veiculou. Vamos tentar colocar assim, usando uma figura. Todas as figuras são deficientes, é claro. Se tivesse uma figura para expressar, plenamente, o Deus Triúno, essa figura ia ser Deus. Todas as figuras são deficientes. Mas, deixe-me usar uma bem simples para o irmão tentar entender, seria como na construção de uma casa, isto falando da Trindade operacional, não é da Trindade eterna, é operação da Trindade. Na construção de uma casa você tem o arquiteto ou engenheiro, você tem o mestre de obras e você tem o pedreiro,mas a 11 idéia, o plano está na mente do arquiteto. Quando Deus age, há uma subordinação quanto à operação. A Pessoa do Pai vem em primeiro lugar, tudo é concebido no coração do Pai. Não é uma coisa à toa, também, entender isto meu irmão! Não são só termos teológicos e acadêmicos, não, depois eu vou te mostrar porquê. Quando você olha o capítulo 15 de I Coríntios, você vai ver o que Paulo fala. Paulo fala que o Senhor Jesus vai reinar até que todos os inimigos sejam colocados por estrado dos seus pés. E depois que Ele reinar, se referindo então, a esse Reino milenar, Ele vai entregar o Reino ao Deus e Pai para que Deus seja tudo em todos. Então, os irmãos observem que há uma subordinação quanto à operação, mas não quanto à essência. O Filho não é menor que o Pai, o Filho é tão Deus quanto Deus (Pai), porque a essência de Deus é indivisível. Mas quando Deus está agindo há uma subordinação, o Filho sempre vai subordinar-se ao Pai. Aí quando você lê o evangelho, você começa a entender, porque existem dois versículos nos evangelhos que são aparentemente conflitantes, vamos ver se você já encontrou esses dois? Um deles é João 10: 30. O que Jesus disse lá? Eu e o Pai somos um. Mas, você já leu outro versículo, que diz assim: o Pai é maior do que eu (João 14: 28b)? E agora, como se explica isto? O Pai é maior do que eu. Jesus não está se referindo à natureza essencial. Por que não? Porque o primeiro versículo de João diz assim: No princípio era o Verbo, (o Verbo é o Verbo, é a segunda pessoa da Trindade) o Verbo estava com Deus (com Deus, com é estar junto, então nós temos dois: o Verbo e Deus, mas João não parou aí) e o Verbo era Deus (João 1: 1). Então, Ele é igual a Deus, glória (é uma glória singular) como o unigênito (único gerado). Uma glória singular, ninguém tem essa glória! Porque toda a glória do Pai aparece nele, Ele é Deus, a glória da divindade é vista nele. Então, quando Ele diz: Eu e o Pai somos um (João 10: 30), é o que Eles são neles mesmos, é o que Deus é por essência. Eu e o Pai somos um, Deus não é dividido. Quando Ele diz: O Pai é maior do que eu, Ele está dizendo que, quando o Deus Triúno age, o Filho está sempre subordinado ao Pai, e isto irmãos, não é uma coisa à toa. Como nós falamos é uma coisa gloriosa porque mostra a norma de vida do Deus Triúno, mostra que submissão é algo eterno, eternamente conhecido. O Filho sempre foi eternamente submisso ao Pai, essa é uma das verdades gloriosas que a Trindade ministra para nós. Submissão não foi uma coisa que foi inventada depois da queda, não. "Olha Eva, você fez Adão pecar, agora então, você tem 12 que viver submissa para ele, a escravidão sua vai ser a submissão". Submissão não é escravidão, submissão não é subserviência, submissão não é inferioridade. Submissão é uma característica do Deus Triúno e o Deus Triúno não tem pecado. O Filho sempre foi eternamente submisso ao Pai. Submissão é uma realidade espiritual eterna. Ela não veio por causa da queda, ela não veio por causa do pecado. Está vendo como isto é maravilhoso? O Filho sempre foi submisso ao Pai. E serviço, a mesma coisa. O Filho sempre serviu ao Pai, Ele sempre fluiu para o Pai, Ele sempre viveu em função do Pai, na Trindade é assim. E o Pai sempre glorificou o Filho. E o Pai, todas as coisas que Ele fez, quando a Trindade operou, Ele fez em função do Filho, para que o Filho fosse o centro, para que o filho fosse o herdeiro. Hebreus, diz isso: O herdeiro de todas as coisas (Hebreus 1:2). E o Filho sendo herdeiro de todas as coisas (quando nós ficamos só com um lado da verdade) parece assim: o Pai criou para o Filho, deu tudo para o Filho, o Filho é o centro de tudo e o Filho vai ficar com tudo! Agora, quando você olha o que o Filho vai fazer com tudo o que o Pai deu para Ele, Ele diz assim (se referindo, por exemplo, aos discípulos): Pai, tu me confiaste alguns do mundo, eu não rogo pelo mundo, eu rogo pelos que me deste do mundo porque são teus. E o que eu fiz enquanto estive com eles? Eu guardei-os para ti. É isso o que Ele fala (guardei-os para mim)? Não, Eu guardei-os para ti. É assim que a Trindade funciona: o Pai dá ao Filho, o Filho dá ao Pai, o Pai dá ao Filho, o Filho rende ao Pai, porque esta é a única liberdade verdadeira. O Filho não tem prazer na posse mesmo sendo o herdeiro. Ele é Deus, Ele tem todo o direito. O Filho tem prazer em entregar ao Pai, em glorificar ao Pai. Ele vai reinar até que Ele entregue tudo ao Deus e Pai... (Paulo diz em I Coríntios 15: 28b)... para que Deus seja tudo em todos.
Irmãos, quando nós começamos a ver como é o Deus Triúno, a Trindade Santa, nós começamos a entender as coisas. Nós começamos a entender serviço, a entender amor, a entender submissão e muitas coisas mais. Unidade, e outras implicações que veremos mais tarde.
A última conseqüência que nós colocamos: não há subordinação de pessoas quanto ao Ser essencial ou o que a Trindade é nela mesma, não há subordinação. Se nós olharmos para o Deus Triúno, o Pai não é maior que o Filho, o Filho maior que o Espírito, nada disso. Eles são iguais, coiguais, co-igualdade na Trindade. Agora, quando Deus age, quando Deus opera alguma coisa, como Ele operou a criação, Ele operou a redenção, 13 então, há uma subordinação. Porque as pessoas são uma única essência, mas são três pessoas. Então, nós poderíamos colocar a coisa assim: tudo é concebido na mente do Pai, tudo é trazido à luz pelo Filho. Quando você tem o mestre de obras, lá na construção, é ele quem fica com a planta. O arquiteto entrega a planta ali para o mestre de obras. O mestre de obras fica o dia inteiro ali na obra, o arquiteto vem de vez em quando. O mestre de obras fica o dia inteiro, lê a planta, explica para o pedreiro: Agora é isso aqui, agora é essa fase, agora é dessa maneira, agora vamos por aqui. O Filho, por sua vez, vai concretizar tudo aquilo que está na mente do Pai. O Filho vai dar, vai ser o veículo, o meio para a concretização daquele alvo. Os que vão operar, na prática, serão aqueles funcionários, aqueles pedreiros, aqueles serventes (no caso da construção), na operação do Deus Triúno, o Espírito Santo é este funcionário, que vai glorificar o Filho, que traz à luz, a mente do Pai. O Deus Triúno opera nessa ordem, todas as vezes que Ele opera. Há uma subordinação quando há operação. Não há subordinação de pessoas quanto ao ser essencial, apenas quanto à ordem e ao relacionamento, quanto às operações.
A quarta questão a subsistência às operações, não precisa nem explicar, acabei de colocar, das três pessoas, o Deus, do Ser Divino possuem certa ordem definida, a subsistência e as operações. Então, quanto à subsistência o Pai é a primeira pessoa, o Filho é a segunda pessoa, o Espírito é a terceira pessoa, quando a Trindade opera, é assim que acontece, esta ordem que é seguida. O Pai é quem planejou, o Filho é quem deu caminho, quem veiculou e o Espírito Santo é quem executou. Quando você olha em Gênesis 1:1-3, por exemplo, você vê assim: No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, se tornou vazia e sem forma; e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Disse Deus: Haja luz, e houve luz. Você vê que o Espírito ali é o operador. Foi Ele quem processou aquela obra de restauração. A Trindade sempre opera nesta ordem: do Pai, por meio do Filho, pelo Espírito.
Agora irmãos, quanto ao ser essencial de Deus a gente vai compreender isto, talvez, com mais clareza, na próxima reunião, quando a gente falar sobre a Pessoa de Jesus, a pessoa do Verbo. Hoje, por enquanto, vamos ficar só com aquilo ali, sem tentar explicar muito, no ser de Deus, na subsistência de Deus. Nós falamos que Eles são três indivíduos, não são? Eles são singulares, não são? Só que não são separados, mas são singulares. O Pai não é o Filho, senão não precisava 14 ser distinguido. O Pai é o Pai, o Filho é o Filho, o Espírito é o Espírito, apenas que os três são um. Agora se Eles são distinguidos, o que distingue um do outro? Esta é a grande pergunta. O que distingue um do outro? Porque senão, não tem sentido falar de distinção. Nós estamos falando o tempo todo: o Pai, o Filho, o Espírito. O Pai, o Filho, o Espírito. Mas Eles agem absolutamente juntos, tudo o que Eles fazem é junto. Eles não podem ser divididos. Então, afinal de contas, Pai, Filho e Espírito não são nada, são só nomes? São apenas nomes, que podem ser dado ou podem ser tirado, não faz diferença nenhuma? Mas não é isso que a Bíblia ensina. Quando nós olhamos, não para as operações da Trindade, mas para o Ser da Trindade, nós vamos ver características singulares, sim. E é isto que torna a pessoa deles distintas, mas não separadas, certo? Distintas, mas não separadas.
Então, o que distingue o Pai? Por que a primeira pessoa da Trindade recebe o nome de Pai? Porque o Pai não é gerado, por isto que Ele é Pai. O Pai não é gerado, Ele é a primeira pessoa da Trindade, o Pai. Irmãos, isto aqui, não tem a menor condição de nós compreendermos, baseado na nossa experiência humana. Porque essa questão de geração é geração eterna. A Bíblia fala um pouco disto (Provérbios capítulo 8) um lindo texto, sobre esta geração eterna, nós vamos ver na próxima reunião. Mas, o que singulariza o Pai? É que o Pai não é gerado. O que caracteriza o Filho? O Filho é Deus, também, não é? É. O Filho não teve começo, teve? Não. O Filho não foi criado, foi? Não. Isto é o que dizem as Testemunhas de Jeová. Isto é heresia! Jesus, o Filho, não foi criado, mas, a Bíblia diz que Jesus, o Filho, não é o Homem Jesus, não. É o Filho de Deus. Nós estamos olhando o Deus eterno, não estamos olhando encarnação, não. Por enquanto, você pode esquecer o Jesus humano, o Jesus de Nazaré. Nós estamos olhando o Filho Eterno. Por que quem era o Jesus de Nazaré? Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, encarnado, está certo? Mas, por enquanto esquece o Jesus de Nazaré, pense só em Deus. Deus subsiste em três pessoas. Uma delas é o Filho. E a Bíblia ensina que o Filho é eternamente gerado pelo Pai (guarde esta frase e não mude esta frase), o Filho é eternamente gerado, nós não colocamos foi, porque foi é passado e não existe passado em Deus. Deus é um eterno presente, Ele é. EU SOU o que EU SOU. Então, você não pode dizer: o Filho foi gerado. Porque aí você vai estabelecer um passado e se você estabelecer um passado, você vai estabelecer um tempo e se você estabelecer um tempo, você vai dizer 15 que Jesus foi criado. Então, você não pode dizer que Jesus foi gerado ou o Filho... Você tem que dizer que o Filho é gerado, porque quando falamos gerado... A mãe gerou um filho. Aquele filho começou, não foi? Aquele filho teve princípio, antes ele não existia. Mas, quando nós olhamos para o Deus Triúno, o Deus Triúno é eterno. O Filho não teve princípio. Quando a Bíblia fala de Filho de Deus, unigênito, irmão, essa palavra é bíblica, unigênito é gerado (João 1: 14b). Significa que a primeira Pessoa da Trindade, o Pai, é o fundamento, a base, para outra subsistência, o Filho, que não foi criado, mas que foi gerado. Então, nós podemos dizer assim: que o Filho proveio do Pai. Ele é proveniente do Pai, mas, Ele não teve um princípio. E aí é que nós não conseguimos entender. Porque para nós, quando falamos de geração, implica em princípio. Fulano gerou sicrano ou isso gerou aquilo ou então, você vai transformar uma matéria numa coisa em outra coisa e fala: antes era essa coisa, agora misturei tudo e virou esta coisa. Então, para nós, todo conceito de geração implica em começo. Temos que tomar o cuidado ao usar a palavra geração eterna porque aí a gente sai do tempo e vai para a eternidade, aí fica correto. O Pai gerou o Filho, lá na eternidade. O Pai gerou o Filho, o Filho não começou, mas o Pai gerou o Filho. O que significa isto, então? Significa que o Pai, Ele subsiste na pessoa do Filho, significa que o Filho de alguma maneira, Ele ia dar expressão ao que o Pai era. A subsistência do Pai.............(?) e a Deus, como é que Deus amaria. Então, quando nós entendemos que Ele subsiste em três pessoas, nós compreendemos melhor esse conceito, amor. A subsistência do Pai gerou a subsistência do Filho, mas o Filho não começou. O Filho é eternamente gerado. Então, você tem que esquecer o conceito de início e pensar só no conceito de geração, sem tempo. O Filho é eternamente gerado pelo Pai, é por isso que Ele é a segunda pessoa. E o Espírito Santo? O que a Bíblia fala sobre Ele? A Bíblia fala que o Espírito Santo, não foi gerado. A Bíblia fala que o Espírito Santo é a terceira pessoa, Ele procede. A palavra usada seria processão. Está aqui o quinto ponto. A geração é um ato exclusivo do Pai, é por isso que o Deus Triúno é tri pessoal. O que faz diferença entre Eles na Trindade Santa? É que o Pai não é gerado. O Pai gera, Ele não é gerado. O Filho é eternamente gerado. E o Espírito Santo? O Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Então, se Ele procede de um e procede de outro, Ele é o Espírito de 16 comunhão entre um e outro. O Pai e o Filho têm comunhão numa terceira Pessoa, na Pessoa do Espírito. É isso que Jesus fala em João 14. Ele fala: Eu vos enviarei o Espírito que procede do Pai. Em outros textos você vai ver que Ele diz que o Espírito procede dele. Então, essa processão, o Espírito procede do Pai e do Filho, ela só pode ser atribuída ao Espírito Santo. Os irmãos estão vendo como isso singulariza cada um deles? Você não pode dizer que o Pai procede de ninguém, o Pai não procede de ninguém. O Filho também não procede de ninguém, o Filho foi gerado pelo Pai. Agora, o Espírito procede do Pai e do Filho. Nós temos que excluir toda idéia de criação aqui, senão nós vamos ficar com problemas, não tem criação, é eterno, não tem tempo. Para terminar eu queria colocar as implicações destas questões. Se os irmãos quiserem ter um pouco mais de visão sobre isso, os irmãos vão ter que meditar à parte sobre isso. Ouvir, de novo, as mensagens, com calma, diante de Deus, ler os textos que eu já citei, e os que eu vou citar aqui, para que essas coisas estejam se abrindo para nós. Eu queria colocar três implicações para os irmãos, muito práticas, a respeito de Deus ser quem Ele é, o Pai, o Filho e o Espírito. Um Deus e três pessoas, em amor, serviço, gozo e plenitude. Abram comigo, por favor, Efésios capítulo 3, eu disse no início para os irmãos que unidade e serviço, doação, seriam duas das implicações. Antes de vermos esta questão de unidade e serviço eu queria ver a primeira implicação da paternidade. Irmãos, esta é uma das implicações mais lindas da Bíblia, paternidade. Irmãos, quando olhamos o Deus Triúno, sendo, este Deus que é Pai, que é Filho e que é Espírito, nós temos uma primeira implicação da doutrina da Trindade que é magnífica! Deus é chamado de Pai. É assim que a Bíblia o revela. Quando Deus, o Pai, planejou todas as coisas, Ele as planejou sendo o que Ele é. E o que Ele é? Ele é nele mesmo, independente de ter criado qualquer coisa, Ele já é, sempre foi isso, nele mesmo, Pai. Ele sempre foi Pai, porque o Filho sempre existiu. Então, paternidade é uma realidade em Deus. Eu gostaria que você pensasse um pouquinho sobre isso, na beleza disso, nos dois sentidos: para a vida da Igreja, porque nós somos família de Deus, feitos família de Deus, em Cristo, e na família humana, na família natural. Por que nós somos pais, muitas vezes, tolos, completamente distorcidos, na nossa missão de pai? Porque nós não aprendemos a sermos pai, com Deus. Quantas vezes o Novo Testamento usa a menção de Deus como 17 Pai? Muitas vezes. Jesus, no sermão do monte (são só três capítulos, Mateus 5, 6 e 7) usou 17 vezes o nome Pai em três capítulos, 17 vezes! Pai, Pai, Pai. Ele queria encher a cabeça dos discípulos com o fato de que eles eram filhos! E aquele que o tinha enviado era o Pai. Ele ia realizar uma obra tal que faria daqueles discípulos filhos como Ele, participantes, da glória dessa comunhão. Então, 17 vezes só naquele sermão, Ele usa a palavra Pai. Porque esse relacionamento Pai e Filho, comunhão do Pai com o Filho, na pessoa do Espírito sempre foi uma verdade no Deus Triúno. Deus sempre foi Pai, Deus sempre foi Filho. Efésios 3:14, diz assim: Por esta razão(causa), me ponho de joelhos diante do Pai - com letra maiúscula. Agora olhe o verso 15. Este verso 15, eu creio que tem sido mal entendido, porque ele não fala da igreja, apenas, ele fala de toda a família. No original, a palavra se refere exatamente à paternidade, se você consultasse uma Bíblia no latim, por exemplo, você ia ver a palavra pater aqui, "de quem toma o nome toda paternidade" seria a expressão. Me ponho de joelhos diante do Pai, (olha o que Paulo está falando) de quem (desse Pai celestial), toma o nome toda a paternidade (família), tanto no céu como sobre a terra. Impressionante! Toda a paternidade é derivada do Pai. Agora, como o pecado gerou uma separação do coração do homem com o coração do Pai, então, embora esta paternidade continue latente no coração do homem, esta paternidade foi completamente distorcida. Nós não sabemos o que é submissão, olha as implicações disto, nós não sabemos o que é submissão. Submissão é uma realidade lá do Deus Triúno. Nós perdemos o vínculo com a paternidade de Deus, o homem caiu, pecou, nós não sabemos mais ser pai, nós perdemos o vínculo com a paternidade de Deus. A família sobre a terra continua tomando o nome dele, mas não tem a realidade dele, por causa do pecado. Só a igreja tem ou pode ter resgatado toda esta realidade. Irmãos, a realidade de Deus é tão tremenda, tão marcante! Tudo o que Deus criou é derivado da sua paternidade, do seu coração de Pai. Que ainda após o pecado, toda a paternidade da face da terra e nos céus, como diz esse texto, mesmo sob ignorância, continua sendo derivado da paternidade de Deus. O texto tem implicações cósmicas, toda a paternidade vai responder a Ele, toda a paternidade vai responder a Ele, toda! Porque toda a paternidade é derivada dele. Então, nós precisamos aprender a sermos pais com Deus. Para aprender a sermos pais com Deus, nós precisamos aprender, conhecer a Deus, a submissão. A 18 primeira característica de um Pai, eu me lembro quando eu comecei a ministrar cursos para casais, há muito tempo atrás, mais particularmente, a um grupo de casais, a primeira coisa que eu falava quando eu ia falar sobre o pai é autoridade. Porque a Bíblia dá muita ênfase à autoridade. Hoje, se eu fosse começar um curso de casais, a primeira coisa que eu falaria para os pais é sobre submissão. Porque submissão é a essência da autoridade. Então, se nós não conhecemos a submissão a Deus, a submissão uns aos outros, a submissão à autoridade de Deus, nós nunca seremos pais, no real sentido da palavra. Porque submissão é uma realidade de Deus. Então, toda a paternidade na terra toma o nome de Deus, essa é uma implicação tremenda. Versículo 15 - de quem toma o nome toda a família, tanto no céu como sobre a terra (Efésios 3: 15). Toda paternidade terrena é um reflexo pálido, da paternidade eterna de Deus. Abra mais um texto, Mateus 7: 11 – Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhes pedirem? Está vendo? Jesus está fazendo a comparação. Ele está falando: vocês são pais na terra, pais debaixo do pecado. O pecado entrou. Jesus não está ignorando o pecado. Jesus não está dizendo que todos são filhos de Deus. O universalismo não é um ensino das Escrituras. Todos nós somos criaturas, mas não filhos. Só nos tornamos filhos quando cremos no Filho. Na redenção. Na cruz. No sangue... Somos adotados por Deus como filhos. Então, podemos experimentar a paternidade de Deus sobre nós. Do contrário somos apenas criaturas. A nossa paternidade continua sendo derivada de Deus, mas não é exercida segundo Deus, é exercida em tolice, em ignorância, em trevas. Se vós que sois maus, ainda assim, sabeis dar boas dádivas, muito mais o vosso Pai. Então, Ele está comparando a paternidade terrena com a paternidade celestial, mostrando que a paternidade terrena é só um reflexo da paternidade celestial. Assim como, Paulo falou lá em Efésios. Em Hebreus 12 (a gente não precisar ler, depois você consulta na sua Bíblia) é impressionante, usa a mesma figura, dizendo que Deus é o Pai dos Espíritos, Ele disciplina aqueles que são filhos, não aqueles que não nasceram de novo ainda, mas aqueles que já foram adotados como filhos. Ele disciplina para aproveitamento, para que sejamos participantes da sua Santidade. Ele diz assim: nós tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos repreendiam. Eles nos disciplinavam, por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia. O autor 19 de Hebreus diz: nós não devemos estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos, para vivermos? Então, irmãos, esta é uma das implicações da doutrina da Trindade: Deus é Pai e sendo Pai, Ele criou todas as coisas para Si mesmo, lida com elas com amor de pai, com autoridade de pai, com coração de pai. O seu Filho foi enviado para que todas as coisas fossem reconciliadas com o Pai. É isso que Paulo fala em Colossenses: O Pai, nos fez idôneos, à herança que nos cabe na luz. Graças ao Pai. Nós somos reconciliados com o Pai. Irmãos, esta nota de paternidade tem que ser recuperada na vida da igreja. Quantas vezes é pregado para nós um Deus que não é Pai. Mas o Deus, para o qual nós fomos reconciliados é Pai, sempre é Pai. A segunda implicação, rapidamente: a unidade da Igreja. Só vou citar os textos para os irmãos lerem em casa: Efésios 4: 1-6. Esta é uma tremenda implicação da doutrina da Trindade, uma segunda implicação: a unidade da Igreja. Efésios 4: 3 diz que nós devemos preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Deus é uno. A comunhão do Deus Triúno, Pai e Filho se dá na pessoa do Espírito, que procede do Pai, e que procede do Filho, como nós vimos. Então, a unidade da Igreja é uma unidade derivada. Irmãos, essa é outra nota importantíssima nos dias de hoje. Sabem por quê? Por causa do desastre e do desvario do movimento ecumênico. O movimento ecumênico tem uma raiz anticristã, completamente anticristã, e o resultado do movimento ecumênico será a revelação do anticristo. É por isso, que ele tem proliferado com tanta largueza. Você coloca junto, o fulano, o sicrano e o beltrano. O budista, o maometano, o cristão e o judeu, e todos vão ser um. Porque Jesus não orou em João 17? Para que todos sejam um, para que o mundo creia. Mas acontece que unidade não é separada de verdade. Só pode haver unidade em torno da verdade. Nós só podemos preservar a unidade em torno da verdade. Se a verdade é negligenciada, não há unidade. O que nós temos que promover é exatamente a divisão. Se a verdade não for mantida, não há unidade, isso são trevas. Então, irmãos, a unidade é algo derivado de Deus, mas Deus não é apenas um. Deus é a Verdade. Unidade tem que ser mantida em torno da verdade. E se você ler Efésios 4 Paulo fala quais são os itens da verdade: há um só Deus e Pai (Ah, mas isso todo mundo crê, o mundo inteiro crê, quase todas as religiões crêem que há um só Deus e Pai, então vamos ser um). Mas Paulo não para aí, ele coloca 7 fatores de unidade 20 espiritual em Efésios 4, é muito lindo, 7 itens: Há um Deus, há um Senhor. Agora a coisa começa a complicar. Há um Senhor. Quantos crêem que só há um Senhor? Ou quantos têm elegido outros senhores, outros mediadores, outros intercessores, outros intermediários, não é? Mas, a Bíblia diz que há um Senhor e se essa unidade não for preservada, não há realidade. Há um Senhor, mas não é só isso. Há uma fé. Não é fé nesse, fé naquele, fé no outro intermediário, fé no outro mediador. Há um batismo. Eu só posso ser batizado em um nome. Eu não posso ser batizado nesse nome, naquele nome ou no outro nome. É em um nome. Há um Deus, um Senhor, uma fé, um batismo, um Espírito, uma esperança da vocação. São 7 itens citados aí em Efésios 4, em torno dos quais a unidade do Espírito é preservada. Então, no versículo 3, ele diz assim: Esforçando-vos, irmãos, diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. É porque Deus é um. Se a verdade está sendo mantida, preste atenção agora numa implicação. Se a verdade está sendo mantida em um grupo de cristãos, em uma comunidade, todo rompimento dessa unidade ofende o Espírito Santo, porque a unidade tem que ser preservada, porque Deus é um. Então, ele diz assim: esforçaivos, meus irmãos. Se você tem que usar de mansidão, use. Se você tem que usar de longanimidade, use. É o que ele fala no versículo 2: mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Efésios 4: 2-3). Então, nós temos dois lados: a unidade só é preservada em torno da verdade. Mas, se há verdade, a unidade tem que ser preservada. Se ela não for preservada, isto ofende a Deus, que é um. A última implicação para nós terminarmos. Mateus 20: Amor, serviço, doação, qualquer palavra que tenha esta conotação. Também nós vamos entender a beleza disto olhando para a Trindade, olhando para o Deus Triúno. Amor, doação, serviço. Mateus 20: 25 -28: Então, Jesus, chamando-os (os seus discípulos, baseado naquele pedido que Tiago e João mandaram a mãe deles fazer. De tanta vergonha que eles ficaram de fazer pessoalmente. Para que Jesus preparasse um trono para cada um, ali do lado dele, na glória, que eles queriam uma posição privilegiada. Eles ficaram com tanta vergonha de pedir, que mandaram a mãe. Mãe serve pra tudo, né? Até para interceder, ali, diante de Jesus. Só que Jesus colocou aquela mãe de lado. E Ele disse assim): Sabeis que os 21 governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo; tal como o Filho do Homem (olha a norma de vida do Deus Triúno, tal como. Ele não está dizendo que Ele fez assim somente depois que Ele nasceu, não. O Filho é Eterno. Quando Ele se encarnou, Ele revelou isso, mas Ele sempre foi esse). O Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Quando Ele encarnou, irmãos (o seu coração de dar a sua vida) é algo eterno, isso já estava estabelecido no coração do Filho, na eternidade. Jesus não se convenceu a entregar a sua vida de última hora, depois que Ele se encarnou. Ele se encarnou exatamente porque Ele já tinha decidido entregar a sua vida, porque essa é a norma de vida do Deus Triúno. Usando mais uma vez uma linguagem limitada, deficiente, nós vamos tentar entender uma coisa: quando o Pai concebeu na sua mente eterna o plano de redenção, o Filho foi aquele que se apresentou dizendo assim: Pai, eu vou realizar esse plano para Você. Eu vou consumar tudo isso que você quer. Você quer uma família de filhos e é uma família de filhos que você vai ter, porque eu sou o Filho amado. Eu te amo, eu te sirvo, eu vivo pra você. Então, eu vou me encarnar, eu vou à cruz, eu vou realizar tudo que é a tua vontade. E os irmãos vêem que na vida humana de Jesus, Ele sempre falou isso: Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou (João 6: 38), e realizar a sua obra. A Trindade vive assim, o Deus Triúno vive assim. Por que a nossa família não funciona? Porque nós não vivemos assim! Porque nós precisamos aprender a ser pai, aprender a submissão, aprendermos a norma de vida do Deus Triúno. Entre vós não será assim (Mateus 25: 26); tal como o Filho do Homem... Que veio para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mt 25:28).
Irmãos, aquele lava-pés (em João 13) expressou com tanta clareza a beleza dessa vida do Senhor, no que Ele é. Porque depois que Ele lava os pés dos discípulos, ele fala assim: Vede bem o que eu vos fiz, Eu Sou – Ele usa de novo aquela expressão. Ele diz assim: Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou (João 13: 13). Ele não estava se esquivando do que Ele era. Não. Ele estava dizendo 'eu sou o Mestre – com letra maiúscula – eu sou o Senhor. Aí Ele diz assim: e vos lavei os pés.22 Aí Ele fala assim: Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros (João 13:14). O que Ele está mostrando nesse versículo de João 13? A norma de vida do Deus Triúno. É assim que o Pai age em relação ao Filho. É assim que o Filho age em relação ao Pai. Então, Ele está mostrando como que eles poderiam, não é nem deveriam, porque isso é impossível para o homem. Ele está mostrando como eles poderiam, teriam capacidade a agir assim, depois que o Espírito Santo descesse e habitasse neles. Aí eles teriam o Espírito da comunhão habitando neles. Um Espírito que podia levá-los a agir assim, se eles andassem pelo Espírito. Jesus não está dando um código moral para você praticar. Ele não deu um código moral para ninguém. Ele comunicou a sua norma de vida a nós, através da Pessoa do Espírito Santo. Então, nós podemos lavar os pés uns dos outros, porque Deus veio habitar em nós, na Pessoa do Espírito Santo.
E para terminar, queria dizer o seguinte: quando você lê o Evangelho de Lucas, você vê a mesma coisa. Você vê o coração deste Filho. Se você dividir o Evangelho de Lucas em três partes: até o capítulo 3, até o 9, e depois até o final, você vai ver que até o capítulo 3, você vê aquela primeira voz abrindo o céu, mostrando o prazer do Pai nesse Filho: Este é o meu Filho amado (quando Ele estava sendo batizado). Trinta anos se passaram ali (nos 3 primeiros capítulos), trinta anos de silêncio, depois aquela voz do céu se manifesta e diz: Esse é o meu Filho, aquele que sempre está comigo, desde a eternidade, Ele é o meu Filho, que eu gerei. Deus comigo, meu Filho, em quem eu me comprazo (texto parafraseado). Depois de trinta anos de silêncio, o silêncio é quebrado com aquela voz do céu. Trinta anos. Esse é o meu Filho, único, nele eu tenho todo o meu prazer. Eu não preciso buscar prazer em ninguém mais, eu já tenho todo o prazer, nesse Filho. Depois, você vai até o capítulo 9, você tem um período de três anos. Então, até o capítulo 3, trinta anos; até o capítulo 9, três anos. Jesus sobe ao monte Hermon, onde Ele é transfigurado e de novo a voz do céu: Este é o meu amado Filho; a Ele ouvi (Lucas 9: 35). Nele eu tenho todo o meu prazer. Agora ele já tinha realizado três anos de ministério, o prazer de Deus ainda estava Nele, o Filho, porque Ele fazia sempre o que agradava ao Pai. E, depois que como homem, Ele tinha chegado, então, àquele pico do monte Hermon, o prazer de Deus estava sobre Ele, e podia ser ali arrebatado como Filho e voltar para a posição dele. Porque Ele já tinha obedecido ao Pai, já havia sido tentado pelo diabo, já tinha sido provado. Três anos! Ele já era um varão e já tinha sido provado como varão incontaminado. Pense nisto. Quando Ele sobe com Pedro, Tiago e João, os céus se abrem, aquela voz aparece: Este é o meu Filho, dali, ele estava a um passo da glória, era só Ele subir. Ele já tinha sido tentado pelo diabo e tentado em todas as coisas à nossa semelhança, sem pecado e aprovado. Mas, Ele não subiu. Ele desceu o monte para mais seis meses, mais um vale. Então, Ele vai do monte Hermon até o outro monte, o monte Calvário, mais seis meses. O que Ele estava realizando nestes seis meses? Aquela obra que tocava o coração do Pai. O que aconteceu naqueles três anos, principalmente? Ele foi provado como Filho do Homem. Ele já tinha sido aprovado no monte Hermon, quando desceu, desceu exclusivamente pela cruz, por nenhum outro motivo. Ele não desceu porque ainda precisava ser provado. Ele não desceu porque ainda estava faltando alguma coisa para ser aprovado, realmente, como homem. Duas vezes a voz já tinha aparecido: uma vez, quando Ele ainda ia iniciar o ministério e outra vez quando estava terminando o ministério. Tentado em todas as coisas. Este é o meu Filho amado. Dali Ele podia subir, mas dali Ele desceu. Mais seis meses e foi até a cruz, única e exclusivamente pela vontade de Deus, e não porque Ele precisava ser provado mais, em qualquer sentido. Então, esta é a norma de vida do Deus Triúno. Foi isso que o Filho fez pela vontade do Pai. Ele desce daquele monte, mais seis meses, e sobe ao outro monte, ao Gólgota, onde, através da cruz, pode entregar muitos filhos ao Pai.
Irmãos, quanto mais nós entendemos, nós conhecemos a beleza da doutrina da Trindade, mais os Evangelhos saltam aos nossos olhos, a beleza e a glória dos Evangelhos. Você vê uma transação, ali, não apenas entre Deus e um homem, mas entre Deus e o Filho dele, na pessoa daquele Homem – o Deus Homem Jesus.
Na próxima reunião nós vamos falar um pouco desse Filho, desse Verbo. Que o Senhor nos conceda graça.
Vamos orar: Senhor, nós queremos conhecer, por obra da tua graça, de revelação e de entendimento, esse teu Ser glorioso, esse teu Ser essencial. Nós sabemos que só podemos conhecer de uma forma muito limitada, mas mesmo assim, nós sabemos que é a verdade da tua Palavra. E ela nos alimenta, nos edifica, nos transforma, nos leva à segurança, à alegria, à devoção, à adoração, ao descanso. Nós desejamos Senhor, que essas verdades, tenham essa expressão em nós. Nós desejamos te conhecer, te vendo na tua Palavra com mais clareza. Senhor abençoa a Palavra que foi ministrada aos irmãos, para que ela possa operar aquilo que está em teu coração, na vida de cada um deles. Que o Senhor produza o teu fruto, esclarecendo, iluminando, revelando, unindo a Cristo de uma forma mais íntima, intensa, profunda. Opera isso em nossos corações, Senhor, em todos nós. Una-nos a ti, resume-nos em ti. Nós te pedimos, e agradecidos porque o Senhor se mostrou na sua Palavra, o Senhor não ficou encoberto.
Obrigado, Pai. Em nome de Jesus. Amém.
Ahhhhh que pena tava achando tão interessante o blog quando me deparei com esse post...Sinceramente Afirmar Trindade usando a Bíblia é fácil uma vez que ela foi adulterada e está cheio de acréscimos como Mateus 28:19, 1 Joao 5:7 etc... Para um verdadeiro adorador que adora em Verdade e em Espírito essa coisa de trindade já foi desmascarada à muito tempo.
ResponderExcluirQualquer dúvida me procure: cbleal2014@gmail.com
Tenho todos os documentos
Saiam do engano.
Trindade não existe!